photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Revista de Imprensa - Semana de 3 a 9 de Julho

Este é um espaço que se compromete a compactar grande parte dos assuntos que marcaram a semana no efervescente mundo do Rock e Heavy Metal. Como sabemos que nem sempre é fácil acompanhá-los a todos, propomo-nos a apresentar todos os domingos, de forma sintética, o que mais poderá interessar ao mais compulsivo dos adeptos do género, incluindo tanto as tradicionais movimentações do mercado, como curiosidades e “mexericos”. Este é um espaço que misturará a objectividade da notícia com a subjectividade da opinião, numa base de informação rigorosa e entretenimento produtivo.

SEMANA DE 3 A 9 DE JULHO
Os últimos tempos de Vinnie Vincent não foram propriamente simpáticos (com vários acções em tribunal), e parece que também a Wikipédia não tem sido fiel para com o ex-guitarrista dos Kiss. Vinnie veio agora explicar que não foram os Vinnie Vincent Invasion, enquanto banda, que assinaram com a Chrysalis Records, mas sim o seu nome próprio. Apesar do potencial do projecto, Vincent voltou a ter um tremendo azar, ao ver-se amarrado às imposições de última hora da editora que deitou fora o seu vocalista preferido e escolhido para este projecto, Robert Fleishman. Prosseguindo com um vocalista considerado muito menos dotado, acabou por ver editado um segundo álbum contra a sua vontade. Mais tarde, decidiu abandonar a banda, mas uma cláusula permitiu a editora explorar o seu legado a solo com base em dois músicos contratados. Rumores correram de que Vinnie tinha sido expulso da sua própria banda, mas o próprio garante que é que decidiu sair. Porém, sem desistir, o ex-The Egyptian Ankh Warrior veio agora anunciar que pretende regravar “All Systems Go”, o segundo álbum com Vinnie Vincent Invasion, ao lado do vocalista do seu “coração”.

Odiado por muitos, amado por poucos, como se sabe, Seth Putnam, vocalista dos Anal Cunt falecido a 11 do passado mês, foi elogiado por Phil Anselmo num artigo da Decibel Magazine. O ex-Pantera e actual Down referiu que Seth “tinha um sentido de humor bizarro e absurdo que irritava muita gente”, mas era “incrivelmente criativo”, enquanto músico. Conheceram-se na década de 90, tendo mesmo Seth participado num tema de “The Great Southern Trendkill”, para além de que viveram momentos muito divertidos enquanto… bebiam.

O novo álbum dos Megadeth intitula-se “Th1rt3en”. Em entrevista divulgada esta semana, David Ellefson, baixista do grupo, descreveu-o como “thrash in your face e a todo o gás”. Apesar de tudo, contém alguns temas diferentes que o faz assemelhar a “Countdown To Extinction” de 1992. A sua edição está prevista para Novembro próximo pela Roadrunner Records.

Parece que na alta-roda persiste a animosidade que forçosamente tem que virar cinismo para que as coisas continuem a rolar. Apesar da rivalidade entre os Mötley Crüe e os Poison, os dois históricos emblemas do glam rock estão neste momento juntos em digressão. Bret Michaels confessou que a digressão está a ser “um estoiro” e que têm “todo o respeito pelos Mötley Crüe”. Do outro lado, Nikki Sixx revelou que os Poison só fazem parte do pacote por razões económicas e pela insistência dos fãs. Ficou tudo bem explícito na seguinte frase: “Não era o que eu ou qualquer outro membro da banda gostaria”. A ideia de distanciamento ficou reforçada quando Tommy Lee disse a um jornal que, ao fim de duas semanas, ainda só tinha dito um “olá” ao baterista dos Poison. Mesmo assim, alega que o “problema” é que ambos os grupos fazem a festa depois dos concertos em lugares distintos.

Mas a grande “bomba” nos media esta semana, envolvendo, como não podia deixar de ser, membros dos Mötley Crüe, foi a troca de “mimos” entre Nikki Sixx e Vince Neil e a filha do advogado Robert Kardashian, famoso por ter livrado O.J. Simpson da prisão. Quando esta última twittava “Casey Anthony declarada inocente! Estou sem palavras” (Casey foi acusada de do homicídio da sua filha de dois anos, num mediático julgamento norte-americano que teve agora ao seu desfecho), o baixista Nikki respondeu pela mesma via: “Da mesma forma que ficou a família de Nicole Brown quando o seu pai livrou o O.J.”. E para ajudar à festa, o vocalista Vince Neil ironizou: “Acho que o homicídio é legal no estado da Flórida”. Ora, maior ironia é mesmo o vocalista pronunciar-se depois de ter cumprido apenas 15 dias de prisão por homicídio involuntário, em 1984, quando conduzia embriagado. O público não teve memória curta e condenou as suas afirmações.

O projecto em formato híbrido Artisan (banda e site de informação pessoal), que junta tão ilustres personalidades do black metal como Jens F. Ryland (Borknagar), Asgeir Mickelson (ex-Borknagar), Mustis (ex-Dimmu Borgir) e ICS Vortex (Borknagar, ex-Dimmu Borgir), deu a conhecer, finalmente, um dos seus temas. Trata-se de “Road To Khitai”, inspirado pelo videojogo “Age Of Conan”. Para tristeza de muitos, a banda promete não actuar ao vivo. A ver vamos se resistem (ouvir).

Anette Olzon foi buscar dois temas ao baú, gravados em 2009, para aquele que seria o seu álbum a solo. Os temas foram disponibilizados na sua página oficial no Myspace, acabada de lançar, e revelam uma sonoridade completamente distinta da dos Nightwish. Contudo, não será de estranhar que, quando tiver uma brecha, os possa lançar oficialmente, até pelo entusiasmo com que se refere a eles.

Kennet “K.K.” Downing veio a publico explicar que a sua saída, já este ano, dos Judas Priest nada teve que ver com os seus compromissos com o campo de golfe que gere. Os comentários do seu ex-colega Ian Hill tiveram grande repercussão nos media e de um momento para o outro dizia-se que o guitarrista tinha escolhido o golfe em vez dos Judas Priest. K.K. recordou o seu primeiro comunicado oficial, feito em Abril passado, de onde garante não retirar uma vírgula: “Já havia um colapso na minha relação de trabalho com a banda e o seu management”. Apesar de tudo, K.K. expressou o seu enorme afecto por Ian Hill e os Judas Priest, afirmando que toda a recente confusão sobre a sua saída não passou de “um furo jornalístico barato daquilo que Ian pensava da situação.”

Os lendários Venom estão prestes a lançar o seu 13º álbum, algures entre Agosto e Setembro. O alinhamento de “Fallen Angels” ficou conhecido esta semana e contém, precisamente, 13 temas, entre os quais “Hail Satanas”, “Nemesis”, “Pedal To The Metal” e “Damnation Of Souls”. Curioso que este álbum tem novamente selo da Universal Music, o que nos faz pensar que o heavy metal tradicional ainda representa uma boa oportunidade de negócio para as majors.

Correm rumores de que os Van Halen poderão lançar um novo tema no final de Julho. A hipótese foi levantada pelo apresentador do “That Metal Show”, exibido no VH1 Classic, e reforçada depois de David Lee Roth ter enigmaticamente dito no seu Twitter: “Preparem-se…” E se alguém anseia por saber a orientação musical deste disco, Mark Tremonti (guitarrista dos Creed e Alter Bridge, e ainda amigo pessoal de Wolfgand Van Halen) disse que se trata de um regresso aos anos 80, com o grupo a ter mesmo recorrido a demos feitas naquela altura.

Quem também prevê um regresso aos Van Halen é Sammy Hagar. O vocalista do lendário grupo de hard rock entre 1985-96 e 2003-05, diz que mais cedo ou mais tarde Eddie Van Halen vai sentir saudades dos tempos em que compuseram juntos e vai chamá-lo. Sammy disse ainda que o que pôs cobro ao seu relacionamento foi a troca de manager. Presunção ou profecia, a verdade é que, como diz, “os Van Halen não têm hipótese: ou estão com o Dave ou estão comigo.”

O antigo baterista dos Scorpions, Herman Rarebell, o qual gravou os maiores clássicos da banda germânica, vai lançar uma autobiografia no próximo Outono, intitulada “And Speaking Of Scorpions…”. Antevê-se um interessante registo baseado na sua experiência de 20 anos ao lado de uma das mais importantes bandas de rock do planeta.

Também com dotes para a escrita, o vocalista dos noruegueses Kampfar, Dolk, confirmou que começou a escrever um livro sobre as origens do black metal. “Tinha essa ideia há anos, dado o número de questões que me fazem nos media sobre o assunto. Mas cansei-me de contar apenas parte da história. Portanto, este livro será sobre a minha visão dos primeiros anos do black metal.”

E ainda uma proposta final na área literária. O ex-baixista dos AC/DC, Mark Evans, vai lançar em Novembro próximo a autobiografia “Dirty Deeds: My Life Inside/Outside AC/DC”. Evans gravou alguns dos maiores clássicos da banda, para onde entrou com apenas 19 anos, em 1975. Para uma banda com um percurso tão longo e intenso, certamente que este registo incluirá muitas pérolas.

Blaze Bayley revelou os tempos difíceis que passou depois de ter passado pelos Iron Maiden. Com o seu pai a sofrer de cancro e sem dinheiro para lançar um novo álbum, o vocalista inglês disse que chegou a estar sem luz e comida, enquanto a sua namorada estava grávida. Nesse momento, viu-se forçado a vender o único disco de prata que recebeu com a Dama de Ferro, entre vários outros pertences pessoais. A depressão assolou Blaze que já só pensava em suicidar-se. Entretanto, um tratamento médico trouxe-lhe de volta a fé e hoje o vocalista dos Wolfsbane sente-se muito mais optimista em relação ao futuro. Um caso notável de luta pela sobrevivência.

Acumulam-se as perguntas sobre se Mike Mangini (novo baterista dos Dream Theater) sente o seu lugar ameaçado face ao peso que Mike Portnoy tinha na banda que agora representa. É peremptório: “O Mike (Portnoy) não vai voltar. Eu sou o baterista, ponto final. Sinto-me confiante, e não o digo por dizer. Sinto-me assim porque sei que continuarei a trabalhar no duro para que os meus colegas me queiram cá.” Entretanto, os “novos” Dream Theater estrearam-se ao vivo esta semana e, pelos vídeos disponíveis, nota-se que o entusiasmo dos fãs não se esbateu… para além de que Mangini deve ter ganho a batalha com Portnoy do kit mais excêntrico e vistoso.

E até isto é notícia, mas com bom espírito e sem preconceito, num mundo tipicamente “negro”, até serve bem para descomprimir. Joakim Brodén, vocalista dos suecos Sabaton, teve mais um problema com o seu… guarda-roupa. Pela segunda vez em pouco tempo, as suas calças rasgaram-se em plena actuação, desta vez no Rock The City, em Bucareste, num cartaz onde são headliners os Judas Priest. É absolutamente hilariante a forma como Joakim olha surpreendido quando as calças se desfazem e ainda brinca com o público sobre a situação. Não perca (ver).

Ainda a parodiar: os thrashers britânicos Evile lançaram esta semana uma cover bem pesada de “Born This Way” da Lady Gaga. Não é inédito, mas vale a pena ouvir. Mais importante do que isso é, sem dúvida, o seu novo disco, “Five Serpents’ Teeth” (o primeiro após a morte do baterista Mike Alexander), que, sabe-se agora, será editado a 26 de Setembro.

Muito menos animados estarão os fãs dos Nevermore, mas agora parece que se acendeu uma pequena luz ao fundo do túnel. Com Warrel Dane profundamente empenhado e entusiasmado com o regresso dos Sanctuary, 20 anos depois, começou-se a extinguir qualquer esperança de que os Nevermore resistissem a tão violento tombo que foi a saída, em Abril passado, de Jeff Loomis e Van Williams. Porém, Dane veio esta semana assegurar que “os Nevermore não estão mortos” e que vai mesmo haver um novo disco da banda. Mas mais surpreendente: atribuiu o desmembramento do grupo ao… álcool.

Correu esta semana muita tinta sobre a ausência dos Slayer na jam da Big Four Tour, no passado domingo, em Gotemburgo, na Suécia. Segundo Kerry King, “eles mudaram o tema à última hora”. “Era suposto tocarmos a ‘So What’ dos Anti-Nowhere League, e eu tinha ensaiado esse tema. Quando o alteraram para o “Am I Evil” (Diamond Head), decidi não tocá-la. Não pensava nesse tema há dois meses.” Aparentemente, há também o “problema” de Kerry King e Tom Araya não serem dados a jams, segundo o baterista Dave Lombardo revelou em entrevista do ano passado. “Eles só sabem tocar as músicas que escrevem – não sabem ir para cima do palco improvisar e divertirem-se. O Jeff (Hanneman) ainda é capaz disso, mas os outros não.” O mesmo Lombardo que disse que não tinha feito parte da jam em Gotemburgo porque estava, imagine-se, ocupado com a sua nova tatuagem. Anteriormente, já havia rodado a informação de que a banda se tinha ausentado devido ao seu plano de vôos. A não ser verdade nenhuma dessas hipóteses, só resta a dos Slayer “não gostarem” dos Diamond Head. É que a banda também não participou na jam “Helpless” em Gelsenkirchen, na Alemanha, mas regressou em Itália para interpretar “Die, Die My Darling” dos Misfits. Um reboliço mediático que, certamente, não causará qualquer dano.

E agora: uma obsessiva busca pelos cifrões ou a justa reclamação de uma obra? Steve Grice, ex-baterista e fundador dos Onslaught, em conjunto com vários outros ex-companheiros de banda, vai actuar em vários festivais sob o nome Onslaught – The Sanity Days. Pois bem, a ideia é precisamente tocar o clássico “In Search Of Sanity”, de 1989, já que é muito solicitado pelos fãs. Apesar de Grice garantir que “isto não é nenhuma competição com os Onslaught”, a verdade é que fica no ar o retrato de um recente “desempregado” que procura uma temporária bóia de salvação.

O virtuoso baterista John Macaluso divulgou no seu Facebook que é impossível um regresso dos Ark. “Infelizmente, os Ark acabaram de vez. Ainda tentei (que regressassem), mas algumas coisas nunca mudam.” O grupo de metal progressivo gravou apenas dois álbuns no início da passada década, mas foi o suficiente para ficarem na história. À sua frente estava nada menos do que Jorn Lande, e aparentemente é mesmo este que não viabiliza o regresso dos Ark.

Uma das referências do chamado movimento djent, os Periphery, anunciaram a saída do guitarrista Alex Bois. Não foram minimamente referidas as razões do sucedido, mas a banda prometeu lutar contra as adversidades e cumprir todas as datas a que se propôs para os próximos meses.

Vivian Campbell, baterista dos Def Leppard, revelou que as divergências entre ele e Dio, na altura em que trabalharam juntos nos anos 80,terão sido causadas por um conflito de gerações. “Nunca tive uma relação muito forte (com o Dio) para além da música. Havia muito falta de comunicação, mal-entendidos e eu penso que isso tem a ver com gerações. O Ronnie era muito mais velho do que eu e eu sentia muitas dificuldades em comunicar com ele e vice-versa. Muita gente pensou durante anos que eu tinha saído da banda. Eu fui despedido, eu nunca quis sair dos Dio.” Apesar de tudo, Vivian diz que não lamenta não ter tido tempo de fazer as pazes com o falecido vocalista. “Desde que saí da banda, há 25 anos, nunca mais o vi, nem falámos.”

Depois da Roadrunner, é a vez da Spinefarm Records anunciar um disco “Allstars”. Numa altura em que comemora 20 anos de existência, o selo finlandês vai juntar alguns dos nomes mais importantes do seu catálogo, onde se incluem os Shining, Moonsorrow, Swallow The Sun, Finntrol, Medea e Ensiferum, para gravar um disco que será lançado até ao final do ano.

O guitarrista dos punk/death metallers britânicos The Rotted, Tim Carley, apanhou esta semana um valente susto quando uma flightcase (caixa que transporta material) de 60kg precipitou-se de uma carrinha e caiu-lhe num dedo da mão, decepando-lhe a ponta. Os médicos garantiram-lhe que vai continuar poder a tocar normalmente, mas Tim já não se livra a alcunha “Tony Iommi” que até já lhe tinha sido aplicada pelos colegas face às características dos riffs que compôs para o novo álbum da banda. Para os menos impressionáveis, é possível ver imagens do dedo de Tim e deste a tocar após o acidente, publicadas pela própria esposa (ver).

E a semana não terminou sem um infeliz acontecimento. Michael “Würzel” Burston, guitarrista dos Motörhead entre 1984 e 1995, faleceu este sábado (9 de Julho) aos 61 anos. A notícia foi avançada pelo roadie de Lemmy Kilmister na sua página do Facebook. Todavia, não foram reveladas ainda as causas da sua morte. Burston foi dos membros mais presentes na formação da mítica banda de rock inglesa, tendo gravado seis dos seus álbuns de originais. Deixou ainda a sua marca em dois álbuns a solo e vários outros projectos., entre os quais os Bastard e Warfare. Descanso à sua alma.

FRASES DA SEMANA:
“Vender-se é quando alguém muda a sua música e imagem baseando-se em alguma manipulação corporativa.”
Rob Zombie, contrariando acusações de que se tinha vendido após anúncio de detergente famoso.

“Chamei por Cristo e senti o seu poder”
Brian “Head” Welch (ex-Korn)

“A química entre nós é a melhor de sempre”
Wolf Hoffman (Accept)

“Eles já tentaram arranjar outros tipos mas não funcionou”
Sammy Hagar (Chickenfoot) sobre a sua reunião, dada como certa, com os Van Halen

“A arte é intemporal e arte é o que criamos”
Thor Anders Myhren (Morbid Angel)

“Mike (Portnoy) não vai voltar”
Mike Mangini (Dream Theater)

“Fico grato por ninguém ter morrido no tempo da minha gerência”
Alan Niven (empresário) sobre vícios dos elementos dos Guns’N’Roses

“Nunca tivemos um relacionamento muito forte para além da música”
Vivian Campbell (Deff Lepard) sobre a fase em que trabalhou com Dio

“Não vou dar falsas esperanças aos fãs: se sta digressão não der certo, a banda pode acabar”
Corey Taylor (Slipknot)

“A melhor banda que o álcool alguma vez arruinou”
Warrel Dane (Nevermore)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...