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Entrevista - Jason Korolenko [Relentless - The Book Of Sepultura]

"Sou um escritor de ficção e tenho uma melhor noção do desenvolvimento de um personagem e de como fazer o leitor se conectar emocionalmente com o assunto"

O homem sonha e a obra nasce. Neste caso o norte-americano Jason Korolenko sonhava desde pequeno com uma casa minúscula onde pudesse apenas escrever e tocar música, e foi praticamente isso que lhe aconteceu. Sobretudo, consegue aliar o gosto pela escrita e pelo metal e agora retribui aos fãs dos Sepultura, e de todos os que se interessam por uma das bandas mais importantes da história do metal, com a primeira biografia que disseca em profundidade os seus 30 anos de carreira. "Relentless - The Book Of Sepultura" estará disponível no final do ano, mas antes a SoundZone foi saber, na primeira entrevista mundial com o seu autor, o que poderão esperar de um livro que promete quebrar barreiras.

Quando e porque decide aceitar um desafio tão grande como escrever sobre a carreira de uma banda tão influente e marcante como os Sepultura?
Há alguns anos, Derrick Green lançou um pedido para que alguém reescrevesse o seu perfil na Wikipédia porque havia uma grande quantidade de informações incorrectas. Contactei-o, mas outra pessoa foi mais rápida. Eu encontrava-me a fazer um Mestrado em Escritura Criativa e já sabia que queria fazer algo de importante. Escrever um artigo para o Wikipédia não era tão importante mas uma biografia completa dos Sepultura, sim.

Trace-nos uma perspectiva da sua carreira como romancista/escritor e sua relação com o metal.
Quando era criança, fiz um desenho da casa dos meus sonhos. Tinha somente dois quartos: uma bibiloteca, onde escreveria os meus livros, e um estúdio de gravação, onde faria música. Achei esse desenho recentemente, num velho caderno, e vê-lo fez-me tomar consciência de quanta sorte tenho por ainda ser capaz de fazer o que sempre gostei, desde criança. Tenho tocado guitarra em bandas de metal desde os meus quinze anos e escrito histórias desde os nove ou dez anos. No ano passado, o meu romance “The Day I Left” foi lançado, e aqui estamos.

Quanto suor, sangue e lágrimas (e, já agora, cabelo) este projecto lhe custou?
Como já perdi a maior parte do meu cabelo, não me preocupei muito com isso. Desde o primeiro dia, no entanto, “Relentless – The Book Of Sepultura" tem sido um trabalho feito completamente por amor. É claro que exige um enorme  trabalho - escrever um livro nunca é fácil - mas nunca me diverti tanto trabalhando .

O quão reveladora e meticulosa é esta obra e quais os maiores desafios que se lhe impuseram para obter as informações de que necessitava e que, no fundo, as pessoas mais querem saber?
Uma coisa que não gosto em muitas biografias de rock é que se parecem mais a longos artigos cheios de reviews e citações que qualquer pessoa pode encontrar na Internet. “Relentless” vai ser diferente. Como sou um escritor de ficção, tenho uma melhor noção do desenvolvimento de um personagem e da estrutura de uma história, e de como fazer o leitor se conectar emocionalmente com o assunto. Posto isso, estou a dar o máximo para que esse livro seja tão revelador e fiel à realidade quanto possível  e o meu maior desafio até agora é decidir o que vou deixar de fora. Se dependesse exclusivamente de mim, esse livro teria mil páginas!

Podemos esperar uma explicação mais clara sobre a saída do Max e Igor Cavalera, ou este é um assunto encerrado? Será que teremos também alguma novidade sobre uma possível reunião?
As saídas de Max e Igor serão tratadas em profundidade, já que esses acontecimentos afectaram imensamente a banda e não teria sentido deixá-los de fora. E na minha opinião, não creio que haverá alguma vez uma reunião desse tipo. Os Sepultura sempre foram uma banda de progressão e não de voltar ao que já se passou.

Como se sente em relação aos elementos dos Sepultura desde que começou a escrever esta biografia? Acha-os mais ou menos humildes, mais ou menos rock stars do que imaginava?
Todas as pessoas com quem falei do staff dos Sepultura  têm-me dado um apoio incrível e são todas muito a favor desse projecto. Eles são somente pessoas normais, muito humildes e respeitosas. Não têm nada de rock stars e acho que isso é o que faz a história deles tão inspiradora.

Provavelmente pela mesma altura estará disponível uma biografia sobre Max Cavalera. Será apenas coincidência? Algumas pessoas poderiam pensar que se trataria de um confronto de ideias já que, aparentemente, persistem muitas questões sobre a sua saída...
É uma coincidência. Certamente que não tive a intenção de fazer de “Relentless” uma resposta à autobiografia do Max. Porém, não tenho problemas com essa concomitância de lançamentos, porque estes serão dois livros muito diferentes.

Numa opinião muito pessoal, caso ache que deva expressá-la, o que acha dos Sepultura antes e depois dos irmãos Cavalera?
Eu era um adolescente quando os Sepultura lançaram o "Beneath The Remains", "Arise" e "Chaos A.D.", e sentimo-nos sempre nostálgicos em relação à música com que crescemos, pois essa foi a banda sonora para muitos acontecimentos e momentos que fizeram de nós o que somos hoje. No entanto, actualmente dou por mim ouvindo álbums como "Roorback", "Kairos", "Dante XXI" e "A-Lex" com maior frequência. Mas, sinceramente, eu gosto de todos, do ínício até ao momento.

O livro terá distribuição mundial? Como podem as pessoas adquiri-lo?
Actualmente, estou em busca de editoras e espero ter o livro traduzido para o maior número de línguas possível  Quero o “Relentless” presente em todo o mundo. Entretanto, é possível acompanharem as novidades e o progresso do livro na sua página oficial www.facebook.com/SepulturaRelentless e no meu site www.jasonkorolenko.com.

Nuno Costa

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