photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Mostrar mensagens com a etiqueta Dico. Mostrar todas as mensagens

Passatempo: ganhe um exemplar de «Breve História do Metal Português»

O autor Dico está a promover um passatempo que consiste em oferecer um exemplar de "Breve História do Metal Português" a quem enviar até amanhã (18 de Abril), às 14h00, a frase mais criativa sobre esta obra inédita. As respostas devem ser enviadas para livrobhmp@yahoo.com.

"Breve História do Metal Português" é a obra que faltava no meio nacional. Esta encontra-se disponível para encomenda a 16€ (portes incluídos) exclusivamente através do e-mail livrobhmp@yahoo.com. Também disponível está uma página oficial do livro no Facebook e Twitter. A presença em livrarias será anunciada posteriormente.

"Breve História do Metal Português", da autoria do jornalista, cronista e ex-músico Eduardo Almeida (mais conhecido por Dico) com edição da associação cultural A Causa das Regras, serve-se de 200 páginas para explicar, pela primeira vez num único volume, a génese do metal em Portugal. Dividido em dois capítulos, e com base num estudo feito através de entrevistas, trabalhos académicos e muitos sítios online, a história do metal nacional é relatada desde os  seus primórdios, nos anos 60, até ao boom do rock português, nos anos 80, culminando no final da década de 90. "Desde a semente dos The Playboys, passando pela afirmação dos Arte & Ofício, até ao surgimento do underground ou da consagração dos Moonspell, este livro nada deixa ao acaso", sugere nota de imprensa.

Segundo nota de imprensa, "o leitor ficará surpreendido pela influência que figuras como Júlio Pereira, José Cid, Fernando Girão ou o maestro Miguel Graça Moura exerceram no desenvolvimento do Heavy Rock Português".

"Breve História do Metal Português" exibe também várias fotografias a preto e branco e um caderno a cores.

A obra começou a ser concebida há cerca de dois anos e foi publicada parcialmente e em exclusivo na SounD(/)ZonE. A 20 de Dezembro de 2012 foi publicada em e-book para download gratuito. Dado o sucesso da iniciativa, passou a formato físico com conteúdos extra em relação ao digital.

Dico foi editor dos periódicos PCMais, ANA Aeroportos, Logista News e Prime Negócios. Colaborou nas revistas Riff, Blast! e Versus Magazine. Fundou os influentes blogues Metal Incandescente, A a Z do Metal Português e Reflexões Musicais. Nos últimos seis anos escreveu artigos de opinião para cerca de vinte sites, e-magazines e blogues. Foi baterista de bandas como os Dinosaur ou os Sacred Sin, tendo com elas gravado os clássicos "Dinosaur" (demo-tape) e "Darkside" (álbum). Foi o primeiro coach profissional a implementar em Portugal o coaching para músicos. Fã de metal há 31 anos, está envolvido no underground há 26. Tem 42 anos.

Ler mais »

Dico apresenta «Breve História do Metal Português» este mês no Club Noir

No dia 13 de Abril, Dico, autor da obra inédita "Breve História do Metal Português", lançada no último mês de Março, vai estar no Club Noir, em Lisboa, para uma sessão de apresentação.

Em mais uma noite de The Dead Sessions, desta feita especialmente dedicada ao metal português, as actividades iniciam-se pelas 23h00 prosseguindo com o DJ Jó [Theriomorphic] até às seis da manhã. A entrada custa dois euros. 

"Breve História do Metal Português" encontra-se disponível a 16 euros (portes incluídos) exclusivamente através do e-mail livrobhmp@yahoo.com. Também disponível está agora o site oficial do livro e suas páginas no Facebook e Twitter. A presença em livrarias será anunciada brevemente.

"Breve História do Metal Português", da autoria do jornalista, cronista e ex-músico Eduardo Almeida (mais conhecido por Dico), tem edição da Associação Cultural A Causa das Regras e serve-se de 200 páginas para explicar, pela primeira vez e com tanto detalhe num só volume, a génese do metal em Portugal. Dividido em dois capítulos, e com base num estudo feito através de entrevistas, trabalhos académicos e vários sítios online, a história do metal nacional é relatada desde os  seus primórdios, nos anos 60, até ao boom do rock português, nos anos 80, culminando no final da década de 90. "Desde a semente dos The Playboys, passando pela afirmação dos Arte & Ofício, até ao surgimento do underground ou da consagração dos Moonspell, este livro nada deixa ao acaso", sugere nota de imprensa.

Ainda segundo a mesma nota, "o leitor ficará surpreendido pela influência que figuras como Júlio Pereira, José Cid, Fernando Girão ou o maestro Miguel Graça Moura exerceram no desenvolvimento do Heavy Rock Português".

"Breve História do Metal Português" exibe também várias fotografias a preto e branco e um caderno a cores.

Esta obra começou a ser concebida há cerca de dois anos e foi publicada parcialmente e em exclusivo na SounD(/)ZonE. A 20 de Dezembro de 2012 foi publicada em e-book para download gratuito. Dado o sucesso da iniciativa, passou a formato físico com conteúdos extra em relação ao digital.

Dico foi editor dos periódicos PCMais, ANA Aeroportos, Logista News e Prime Negócios. Colaborou nas revistas Riff, Blast! e Versus Magazine. Fundou os influentes blogues Metal Incandescente, A a Z do Metal Português e Reflexões Musicais. Nos últimos seis anos escreveu artigos de opinião para cerca de vinte sites, e-magazines e blogues. Foi baterista de bandas como os Dinosaur ou os Sacred Sin, tendo com elas gravado os clássicos "Dinosaur" (demo-tape) e "Darkside" (álbum). Foi o primeiro coach profissional a implementar em Portugal o coaching para músicos. Fã de metal há 31 anos, está envolvido no underground há 26. Tem 42 anos.

Leia entrevista exclusiva com o autor aqui.





Ler mais »

Dico: autor de «Breve História do Metal Português» debate novo livro e underground luso

Dico, autor da obra inédita "Breve História do Metal Português" (já disponível aqui), concedeu uma entrevista à página nacional Undeground's Voice, em que debate o seu recente projecto, pontos marcantes do mesmo e estabelece uma comparação entre o passado e o presente do underground nacional.

O autor do influente blogue Metalincandescente começou por dizer que o livro que agora edita preenche uma lacuna incompreensível no mercado luso. "Sempre houve livros editados sobre rock português, fado, música popular portuguesa, pop, biografias de músicos e de bandas... mas nada sobre metal. Porquê?", começou por questionar.

"Por outro lado, em simultâneo, verifiquei que a crença de que o metal português havia surgido apenas nos anos 80 estava profundamente enraizada no underground em concreto e nos agentes musicais em geral. Fãs jornalistas e mesmo os ditos 'especialistas' acreditavam nisso. Entendi que era urgente desmistificar esta crença e trazer a realidade à tona", argumentou.

O ex-baterista dos Sacred Sin e Dinosaur adiantou também algumas passagens curiosas de "Breve História do Metal Português": "As cenas mais hilariantes são, sem dúvida, as que António Garcez protagonizou nos Arte & Ofício e Roxigénio. Uma delas foi num concerto com os Roxigénio, em que o público o insultava por cantar em inglês, gritando-lhe 'vai cantar para a América'. Como resposta, Garcez tirou o 'material' para fora e vociferou ao microfone: 'A América está aqui!'."

O lisboeta de 42 anos lamenta ainda que a evolução da oferta e das tecnologias tenha roubado um pouco do "romantismo, a magia e a espontaneidade" dos agentes do underground nacional.

"Falta [em Portugal] uma estrutura editorial mais forte, com mais empresas. São precisas mais editoras, com maior capacidade negocial, de licenciamento e distribuição, especialmente no estrangeiro", defende Dico.

"Por fim, uma abordagem mais original à música, à estética e às letras por parte dos grupos certamente colocaria o nosso underground nas bocas do mundo", vaticina, acrescentado que "falta quebrar barreiras mentais" e "realizar projectos de formas nunca pensadas".

Leia a entrevista na íntegra aqui.

Ler mais »

«Breve História do Metal Português»: livro inédito já disponível

A obra que faltava no meio nacional já se encontra disponível para encomenda por 16€ (portes incluídos) exclusivamente através do e-mail livrobhmp@yahoo.com. Também disponível está agora uma página oficial do livro no Facebook e Twitter. A presença em livrarias será anunciada posteriormente.

"Breve História do Metal Português", da autoria do jornalista, cronista e ex-músico Eduardo Almeida (mais conhecido por Dico) e edição da associação cultural A Causa das Regras, serve-se de 200 páginas para explicar, pela primeira vez num único volume, a génese do metal em Portugal. Dividido em dois capítulos, e com base num estudo feito através de entrevistas, trabalhos académicos e muitos sítios online, a história do metal nacional é relatada desde os  seus primórdios, nos anos 60, até ao boom do rock português, nos anos 80, culminando no final da década de 90. "Desde a semente dos The Playboys, passando pela afirmação dos Arte & Ofício, até ao surgimento do underground ou da consagração dos Moonspell, este livro nada deixa ao acaso", sugere nota de imprensa.

Ainda segundo a mesma nota, "o leitor ficará surpreendido pela influência que figuras como Júlio Pereira, José Cid, Fernando Girão ou o maestro Miguel Graça Moura exerceram no desenvolvimento do Heavy Rock Português".

"Breve História do Metal Português" exibe também várias fotografias a preto e branco e um caderno a cores.

Informa-se que as encomendas feitas até 1 de Março, e que davam direito a dedicatória do autor, serão expedidas entre os dias 18 e 22 de Março.

Esta obra começou a ser concebida há cerca de dois anos e foi publicada parcialmente e em exclusivo na SounD(/)ZonE. A 20 de Dezembro de 2012 foi publicada em e-book para download gratuito. Dado o sucesso da iniciativa, passou a formato físico com conteúdos extra em relação ao digital.

Dico foi editor dos periódicos PCMais, ANA Aeroportos, Logista News e Prime Negócios. Colaborou nas revistas Riff, Blast! e Versus Magazine. Fundou os influentes blogues Metal Incandescente, A a Z do Metal Português e Reflexões Musicais. Nos últimos seis anos escreveu artigos de opinião para cerca de vinte sites, e-magazines e blogues. Foi baterista de bandas como os Dinosaur ou os Sacred Sin, tendo com elas gravado os clássicos "Dinosaur" (demo-tape) e "Darkside" (álbum). Foi o primeiro coach profissional a implementar em Portugal o coaching para músicos. Fã de metal há 31 anos, está envolvido no underground há 26. Tem 42 anos.

Leia entrevista exclusiva com o autor aqui.

Site oficial do livro




Ler mais »

Dico: «Breve História do Metal Português» em versão papel, encomendas já disponíveis

O sucesso da versão e-book, lançada a 20 de Dezembro último, terá dado o mote para a publicação, hoje confirmada, de "Breve História do Metal Português" em suporte papel. A edição é da associação cultural A Causa das Regras e já se encontra disponível a 14€ para pré-encomenda aqui (exemplares com dedicatória) ou 16€ após lançamento (ambas opções com portes incluídos).

Esta versão, também a disponibilizar em livrarias, apresenta-se revista e aumentada em relação à versão digital, contendo agora mais de 200 páginas (em contraponto com as 80 do e-book). Nestas poder-se-ão agora encontrar fotografias a preto e branco, caderno a cores, novas biografias, entre diversas outras informações.

O seu autor, o jornalista, cronista e ex-músico Dico, consegue com esta obra preencher uma lacuna na história do heavy metal nacional, apresentando um relato inédito e detalhado da origem do género nos anos 60 e consequente desenvolvimento até aos anos 90. O resultado baseia-se em entrevistas com músicos, trabalhos académicos, fanzines, sites, blogues, entre outras fontes.

Entre muitas curiosidades e verdades desvendadas, estará a influência de figuras como Júlio Pereira, José Cid, Fernando Girão ou o maestro Miguel Graça Moura no desenvolvimento do heavy rock português, ou ainda o surgimento das primeiras bandas do então denominado movimento "Ié-ié", ainda no tempo de Salazar e Marcello Caetano.

Ler mais »

Entrevista - Dico [Breve História do Metal Português]

"Este trabalho é um ponto de partida, não de chegada"

Dois anos e mais de um milhar de horas depois cá está: a primeira obra que explica a origem do metal português, através de quase meio século. O seu autor praticamente dispensa apresentações. Experiente e talentoso no domínio da escrita e compulsivo estudioso do underground, não teve, no entanto, tarefa fácil para reunir e tratar toda a informação (a maioria desconhecida do grande público) contida nesta obra agora disponível em e-book e para download gratuito. A verdade é que "Breve História do Metal Português", lançado a 20 de Dezembro, já se tornou um sucesso e o seu carácter inédito justificou plenamente a conversa com Dico.

O que leva uma pessoa, mesmo que ferrenha amante do metal, a abraçar um projecto tão exigente e arrojado como o "Breve História do Metal Português"? Como e de onde surgiu o primeiro impulso?
Foi o amor intenso pelo metal que me levou a fazê-lo. Mais do que um estilo de música, para mim este género musical é amor puro, é paixão intensa, é uma forma de vida, de estar, de sentir. Faz parte de mim e da minha personalidade. Além disso, é o meu refúgio, nas melhores e nas piores horas da minha vida. Ouvir metal e escrever sobre ele acaba mesmo por ser uma terapia. Não conseguiria viver sem ele. Há 30 anos que oiço metal e há 26 que estou profundamente envolvido no underground, quer como divulgador, músico, jornalista, crítico, cronista ou investigador/escritor. Quando te envolves a fundo no underground já não consegues sair, por mais desiludido e descrente que estejas com o movimento ou por mais que julgues já não valer a pena. O underground torna-se parte da tua essência. Foram estes sentimentos que presidiram a este projecto. Além disso, o processo de pesquisa do livro veio satisfazer um aspecto que para mim é fulcral: a investigação. O gosto pela investigação e o prazer que sinto na aplicação dos seus métodos foi algo de grande valor que a universidade me deixou. Este projeto permitiu-me aliar estas duas paixões. Por outro lado, a génese de "Breve História do Metal Português" reside no blogue “A a Z do Metal Português”, enciclopédia online especializada em biografias de bandas nacionais de metal. Trabalhei nesse projeto mais de dois anos. Entretanto, apercebi-me que os fãs mais novos nunca haviam ouvido falar de bandas como NZZN, Ferro & Fogo, Alarme, Arte & Ofício, Xeque-mate, Roxigénio, etc. Achei que era minha obrigação contribuir para que estes nomes, que produziram música fabulosa, chegassem ao conhecimento dos mais jovens. Em simultâneo, conheci o melómano Aristides Duarte, autor dos livros Memórias do Rock Português e do blogue “Rock em Portugal”. Os seus livros foram uma revelação para mim, no sentido em que descobri bandas como os Hosanna, Hobnob, Xarhanga, Psico, Complexo, entre outras. Mais do que isso, nunca teria pensado que os Pop Five Music Incorporated ou os Objectivo haviam composto temas pesados. Quando, através de um leitor da SoundZone descobri que o próprio José Cid também o havia feito, fiquei siderado. Foi uma surpresa total.

Quais terão sido os maiores desafios? A falta de documentação?
Sim, esse foi um dos principais desafios. Não é fácil encontrar documentação e alguma da que existe, em especial na Internet, não é de grande qualidade. Há informação incorreta, incompleta e frequentemente contraditória. Por vezes, elementos do mesmo grupo apresentam versões diferentes sobre determinado facto ou situação da sua biografia, pelo que foi necessário intensificar o esforço de investigação visando “tirar as teimas” e chegar à verdade. Nesse sentido, as entrevistas foram essenciais. Por outro lado, debati-me permanentemente com a falta de tempo e de concentração. Perdi a conta às vezes que não conseguia trabalhar mais do que dez ou quinze minutos sem ter que ir aspirar a casa, lavar a loiça, estender a roupa ou fazer o jantar. [risos] A seguir ao nosso actual Governo, as tarefas domésticas são o mais abominável inimigo da produção intelectual! [risos]

Quantas horas e pessoas estima que estiveram envolvidas na concepção deste projecto?
Quanto ao tempo investido não tenho dúvidas que terão sido bem mais de 1.000 horas distribuídas por todas as fases do trabalho, incluindo a parte de publicação na SoundZone, com todas as alterações e correcções feitas ao longo do tempo. Quanto à idealização, investigação, redacção, organização, edição e revisão eu fui o único responsável, o livro é uma obra 100% minha. Depois, obviamente a SoundZone esteve envolvida, com as inúmeras actualizações e correcções que fui pedindo para fazerem. Nesse processo demonstraram uma paciência que muitos santos não têm! [risos] O Ernesto Martins, da Versus Magazine, ocupou também um papel essencial quanto à publicação dos resumos na revista. Houve ainda pessoas que deram sugestões e obviamente que não me posso esquecer dos músicos entrevistados, sem cujo contributo o livro não seria tão rico.  

A opção do e-book foi prioritária ou alternativa à falta de condições para uma edição física?
Foi a última opção, a alternativa que me vi obrigado a aceitar devido aos preços proibitivos que a paginação e a impressão profissionais comportam. No entanto, estou cada vez mais empenhado em realizar o sonho de fazer uma edição impressa. Diversos leitores têm-me incentivado nesse sentido, além de que o número de downloads efectuados justifica plenamente que dê esse passo. Assim, já iniciei a busca de eventuais patrocinadores. Só será possível editar o livro em papel caso reúna o valor necessário para tal. Em treze dias 733 pessoas descarregaram o e-book. Se considerarmos que esses treze dias se situaram entre 20 de Dezembro e 1 de Janeiro, época em que as pessoas estão de férias, andam atarefadas na compra de presentes, nos saldos, no planeamento e usufruto das festas e em viagens, o balanço é claramente positivo. As minhas expectativas foram amplamente superadas. Foi arriscado lançar o e-book em pleno Natal, mas o número de downloads não deixou dúvidas quanto ao interesse do público. Estes números legitimam o anseio de publicar o livro fisicamente.

Qual acha que é a retribuição pessoal e colectiva por concluir este projecto?
A minha principal retribuição é o pioneirismo, o facto de ter sido o primeiro a escrever uma obra deste género, com o grau de exigência que se lhe reconhece. Existem alguns jornalistas e especialistas que há muito poderiam ter escrito uma obra do género mas nenhum ainda o fizera. Por outro lado, as magníficas horas que passei a ouvir música fabulosa a que nunca tivera acesso trouxeram-me um gozo indescritível. Investigar e redigir esta obra foi algo que não posso traduzir em palavras. Este livro é como um filho para mim. Deu-me um imenso gozo torna-lo realidade. Em termos de retribuição colectiva penso que o interesse do público fala por si. Já várias pessoas me deram efusivos parabéns pela obra, afirmando que já tardava algo deste género em Portugal. Já me disseram que constitui um marco no metal português e não há dúvidas de que assim é, modéstia à parte. Espero que o livro traga às pessoas uma boa experiência de leitura e de aquisição de novos conhecimentos.

Entre muitas outras coisas, parece ter tido a necessidade de desvendar certos equívocos ou "verdades escondidas" sobre a origem do rock/metal nacional. Acha que estão esclarecidas todas as dúvidas neste livro?
Certamente que não, haverá factos a que não tive acesso. Há sempre coisas novas a descobrir. Houve músicos que se revelaram inacessíveis e que poderiam trazer informação preciosa à concepção do trabalho. De igual forma, não tive acesso a revistas da época que poderiam trazer mais luz e informação a nível geral. Mas este trabalho é um ponto de partida, não de chegada.

Conhecia a maioria das bandas abordadas ou teve algumas surpresas? Passou a ser fã de alguma?
Tive muitas surpresas, como os Hosanna, Psico, Psicágono, Rocka, Pentágono, Heavy Band, Leonel Auxiliar, Cesário Esmifroaço & Caos Aparente ou Fluxus. Tornei-me grande fã dos Xarhanga, Beatnicks, Bico D’Obra, Heavy Band ou Psico. Por outro lado, desde criança que conhecia o José Cid e os Go Graal Blues Band, mas os temas pesados que gravaram apanharam-me completamente de surpresa. Foram descobertas incríveis.

Apesar do título "breve" este acaba por ser um documento muito completo. O que faltará a este livro?
Como disse, houve músicos que não quiseram dar o seu contributo. Alguns investigadores também não. Nessa medida, haverá sempre dados que permanecem desconhecidos. Por outro lado, o termo “breve” refere-se também ao facto de, após o boom do rock português, eu ter optado por não incluir as biografias dos agrupamentos, fazendo ao invés uma retrospectiva geral do nosso movimento underground. Seria impraticável nesta obra biografar as centenas de grupos que se formaram nos anos 80 e 90. Esse era o objectivo da extinta enciclopédia online “A a Z do Metal Português”, da qual também fui o criador, mas não de "Breve História do Metal Português".

Que planos de promoção existem para difundi-lo em massa?
Já enviei centenas de press releases para revistas, jornais, sites, webzines, e-magazines, programas de rádio e programas de TV. Já foram publicadas várias notícias, houve referências à obra pelo menos numa rádio e já fui contactado para dar mais entrevistas. A promoção está a correr dentro do esperado para esta época do ano, mas agora, com o término das festas, julgo que o número de referências ao livro irá aumentar significativamente. O site brasileiro Whiplash.net publicou uma notícia que foi lida por 498 leitores, o que é bastante encorajador.

Como definiria este trabalho em termos de linguagem e estilo literário? Ou seja, as pessoas podem ficar descansadas que as 80 páginas são facilmente digeríveis?
Acho que sim, é um livro com linguagem jornalística e acessível. Sem dúvida que existem passagens em que a abordagem tende a ser mais académica, mas essa é a excepção e não a regra. Entendo que, no geral, é uma obra de leitura fácil.

No próprio decorrer da fase inicial do projecto, editado na SoundZone, houve quem apontasse algumas lacunas, nomeadamente em relação aos anos 90. Está preparado para as críticas daqueles que acreditam que a sua banda foi injustamente excluída?
Sim. Estou certo que os músicos entendem que é impossível referir todas as bandas, há sempre nomes que vão ficar de fora. Não é exequível agradar a todos. No entanto, mais tarde, caso se justifique a publicação de uma edição aumentada, ou o lançamento em formato físico se torne realidade, com certeza que mais bandas poderão ser referidas.

Houve também quem já apontasse a questão gráfica. Terá sido esta uma preocupação ou desistiu logo da ideia por não lhe ser uma área familiar?    
O “grafismo” resume-se à formatação normal do Word, é tão simples quanto isso. Não sei paginar e não encontrei quem me paginasse o e-book por um valor razoável. Assim, optei por fazer o lançamento assim mesmo. Essencialmente, a obra vale pelo conteúdo, pela informação e pela pesquisa. Quem souber valorizar esses factores e reconhecer a inegável importância de "Breve História do Metal Português" no contexto do som pesado nacional não levará em conta o aspecto gráfico.

O Dico continua ligado ao metal basicamente como cronista e agora termina um projecto de longa-duração e que poderia ser o culminar perfeito de uma longa carreira. No entanto, do que se lhe reconhece, não deverá parar por aqui...
[risos] Bem podem dizê-lo. Para mal dos meus detractores/inimigos, ainda tenho muito para fazer no underground. Vão ter que me aturar mais uns bons anos, espero. Como dizia atrás, esta edição é um ponto de partida, não de chegada. No âmbito do underground tenho alguns projectos para 2013 mas dos quais falarei em altura oportuna.

O underground actual é algo que ainda o entusiasma?
Temos uma cena forte e actualmente as nossas bandas não ficam a dever absolutamente nada ao que de melhor nos chega do estrangeiro, pelo menos em termos de execução, composição, gravação e produção. Há bandas magníficas, com excelentes músicos. Hoje, graças à Internet, a promoção do metal luso é efectuada de forma muito mais intensa, rápida e eficaz, fazendo chegar os nossos grupos aos quatro cantos do mundo. No entanto, continua a faltar algo que os distinga verdadeiramente, que lhes dê um cunho único. Esse aspecto que lhes falta é um maior grau de originalidade e um posicionamento de leaders, not followers. É preciso arriscar novas sonoridades, novos elementos musicais, novas abordagens que permitam a mais bandas portuguesas alcançar um grau de exposição internacional análogo ao dos Moonspell. Não podemos continuar a inspirar-nos no que já está feito, é essencial realizar algo inovador. Por outro lado, uma estrutura editorial mais forte e com mais peso no mercado certamente agilizaria o processo de internacionalização do metal luso. Temos quase tudo para que um dia a cena metálica nacional seja tão influente no mundo como a finlandesa, por exemplo, mas ainda há muito caminho a percorrer e trabalho a realizar.

Nuno Costa

Descarregue "Breve História do Metal Português" aqui

Ler mais »

E-book: «Breve História do Metal Português» já é sucesso de downloads

"Breve História do Metal Português" já circula intensamente pela Internet. Obra inédita em Portugal, cujo autor é Dico (jornalista, cronista e ex-músico), explica em detalhe a origem do metal português e está disponível desde 20 de Dezembro em formato e-book para download gratuito.

Em entrevista a publicar brevemente na SoundZone, o seu autor explica todo o processo e faz um balanço positivo dos resultados até ao momento. "Em treze dias 733 pessoas descarregaram o e-book. Se considerarmos que esses treze dias se situaram entre 20 de Dezembro e 1 de Janeiro, época em que as pessoas estão de férias, andam atarefadas na compra de presentes, nos saldos, no planeamento e usufruto das festas e em viagens, o balanço é claramente positivo. As minhas expectativas foram amplamente superadas", referiu o fundador do mítico blogue Metal Incandescente.

Dico deseja ainda que a receptividade actual ao projecto dê o mote para uma edição em papel, adiantando que já iniciou a busca por patrocinadores, e confessa que redigir esta obra foi algo que lhe proporcionou "um gozo indescritível". "Foi algo que não posso traduzir em palavras. Este livro é como um filho para mim."  

Ler mais »

Dico lança «Bíblia» do Metal Português em e-book

"Breve História do Metal Português" é o primeiro registo a relatar em pormenor o surgimento do rock/metal nacional nos anos 60 e seu desenvolvimento até aos anos 90. O seu autor é Dico, conhecido jornalista, cronista e músico, fundador de blogues como Metal Incandescente e A a Z do Metal Português, e ex-baterista dos Sacred Sin e Dinosaur, que nos últimos dois anos se dedicou à concepção desta obra.

"Breve História do Metal Português" baseia-se numa aprofundada investigação feita através de trabalhos académicos, fanzines, sites e blogues, bem como em entrevistas realizadas a músicos.

Dividido em dois capítulos distribuídos por mais de 80 páginas, abrange a génese do estilo em Portugal, desde o tempo da ditadura até ao boom do rock português, em 1983, culminando com a consagração dos Moonspell já nos anos 90. Entre muitos outros detalhes, será desvendado quem são os verdadeiros criadores do género em Portugal, com menção para a surpreendente influência de figuras como Júlio Pereira, José Cid, Fernando Girão ou o maestro Miguel Graça Moura.

Este é um registo extensivo e apurado das quatro reportagens publicadas em exclusivo na SoundZone nos últimos dois anos e conta com prefácio do editor da SounD(/)ZonE, Nuno Costa.

Lançado em formato digital, "Breve História do Metal Português" está já disponível para download gratuito aqui

Ler mais »

Estar presente mas ausente

Muito longe de geek, sou no entanto um fervoroso adepto das novas tecnologias. A evolução que proporcionaram nas últimas três décadas em todas as dimensões da vida em sociedade mudou radicalmente a forma como negociamos, estudamos, comunicamos, trabalhamos, nos divertimos e fazemos tudo o resto, oferecendo-nos benefícios incomensuráveis. Sem elas, hoje viveríamos num estádio de subdesenvolvimento inimaginável.

Mas às novas tecnologias vieram associadas as inevitáveis perversões decorrentes da inovação. Uma delas - das mais inócuas do ponto de vista do utilizador mas não menos irritantes – é o uso desregrado nos concertos de telemóveis, iPads, câmaras de vídeo, máquinas fotográficas, smartphones, gravadores áudio, entre outros gadgets que permitem captar imagem e som.

O fenómeno expressa-se com tal intensidade que hoje muitos não assistem aos concertos pelos espetáculos em si. Não vão senti-los, usufruir deles ao máximo e passar um bom bocado, cantando os temas, fazendo mosh e headbanging, gritando e batendo palmas. Não se entregam minimamente ao espetáculo, não participam nele com sentimento, paixão e emoção, como dantes acontecia. Estes “fãs” (nem são dignos desse nome, daí as aspas), amadores que gostam de se intitular profissionais ou semiprofissionais, deslocam-se aos concertos meramente para registar o audiovisual dos mesmos. Competem impiedosamente entre si para serem os primeiros a disponibilizar no Youtube e nas plataformas análogas as suas gravações.

Os registos com melhor enquadramento e qualidade audiovisual são os mais vistos e divulgados, o que se traduz em estatuto e respeito adquiridos pelos seus autores. Com sorte, se as visualizações superarem “x” número (não estou certo qual, mas na ordem dos milhões), a reboque do estatuto vêm cheques emitidos pelo Youtube, com o pagamento respeitante a esses hits.

Noutros casos, os autores dessas captações limitam-se a aumentar a imensa lista disponível de itens para troca com fanáticos de todo o mundo, qual tape-tradding moderno. No limite, transformam essa lista num catálogo a partir do qual os fãs selecionam as gravações-pirata que mais lhes interessam, encomendando-as. Alguns dos seus autores ganham assim pequenas fortunas, à semelhança do que se fazia nos anos 80 e 90 com as cassetes VHS e áudio, embora em muito menor escala (na época, a tecnologia disponível era em quantidade muito inferior e o seu preço menos acessível).

Mesmo que o objetivo desses “fãs” não vá para além de enriquecer o seu arquivo privado de itens pirata para consumo próprio, o exagero vai ao ponto de se focarem durante todo o concerto única e exclusivamente nas gravações que efetuam. No espetáculo dos W.A.S.P. a 10 de novembro no Campo Pequeno, em Lisboa, fiquei no nível mais baixo das bancadas do recinto, de frente para o palco. À minha esquerda encontrava-se um rapaz que durante todo o tempo esteve curvado a olhar para o visor da câmara de filmar, controlando a gravação ao segundo. Ou seja, assistiu a todos os concertos (foram quatro as bandas em palco) através do ecrã da câmara.

Nunca vi nada assim e nem consigo entender esta forma de agir. Compreendo que as pessoas gostem de possuir registos audiovisuais e/ou fotográficos dos concertos. Afinal, revelam-se documentos preciosos que ficam para a posteridade. Contudo, resumir toda a experiência que um espetáculo proporciona à obsessão de efetuar boas captações parece-me estúpido e ridículo, mesmo que disso dependa o respeito que estes “autores” buscam entre os seus pares. Estão presentes física mas não espiritualmente nos eventos. Rebaixam-se à condição de autómatos, sem qualquer emoção.

Reportando-me ainda ao concerto dos W.A.S.P., ao meu lado direito sentou-se alguém que pousou a máquina fotográfica no muro a filmar todo o concerto. Colocou ainda ao pescoço o habitual gravador áudio com que regista todos os eventos a que se desloca. Havia por todo o lado gente a gravar e a fotografar com telemóveis e outros dispositivos. Esta obsessão em registar os concertos adia a gratificação de lhes assistir, já não ao vivo mas em diferido. É um paradoxo, deslocarmo-nos a um evento para dele usufruir apenas (e não de novo) em casa. Estes fãs não gozam, voluntariamente, daquele momento único e irrepetível. Podem revê-lo, a posteriori, quantas vezes entenderem, mas já não estão lá, in loco. Esse momento já pertence ao passado. Aliás, muitas vezes só vêem ou ouvem o espetáculo vários meses após a realização. Para quê então o esforço? Qual o sentido de tudo isto?

Deixem-me gritar!
Quem vê os concertos ladeado por fãs artilhados com dispositivos de captação não goza da certamente da melhor experiência. Sei do que falo. Confesso que hoje, nos espetáculos, me sinto intimidado ao exprimir toda a minha emoção, seja a cantar os temas, a gritar a plenos pulmões no fim dos mesmos ou simplesmente a bater palmas, não vão as minhas ruidosas manifestações de júbilo estragar a gravação do “vizinho” do lado. Sim, o fenómeno chegou a este grau de ridículo. Pensar algo como “se gritar ainda estrago a gravação deste gajo” ou “não vou cantar o refrão porque a minha voz é capaz de se sobrepor ao resto e ele fica com a captação estragada” é uma realidade com que me confrontei em todos os concertos a que assisti nos últimos anos.

É ridículo, absurdo e redutor da minha liberdade e da de todos quantos desejem exprimir-se num espetáculo sem restrições, condicionalismos, receios ou vergonhas só porque alguém está a gravar. Algumas vezes remeto-me ao silêncio, outras não abdico do direito de me expressar como bem entender, gostem ou não, fiquem ou não com as captações estragadas. Não quero saber. Não me diz respeito. Estupidamente, neste processo, os autores das gravações limitam também a sua própria liberdade e não apenas a de terceiros, reprimindo as suas manifestações espontâneas de alegria. Eis um belíssimo tema de investigação no âmbito psicossociológico.

Tudo isto se traduz numa enorme desilusão face à atual qualidade do público português, outrora considerado um dos melhores do mundo, sem demagogia. Era-o mesmo. No entanto, o calor da receção às bandas em Portugal é hoje insipiente, mesmo ridículo, pois os fãs estão mais interessados em gravar os concertos do que senti-los. Acresce também a excessiva oferta de espetáculos, o que refreia o ímpeto emocional dos fãs nos mesmos. Chegámos ao ponto de Blackie Lawless, vocalista e guitarrista dos W.A.S.P., a dada altura afirmar, no concerto de Lisboa, “let’s get some audience enthusiasm”. Esta frase representa bem a profunda apatia em que o público luso mergulhou, mesmo na receção a um grupo há 15 ausente dos nossos palcos. Vergonhoso! 

Dico 

Ler mais »

Fónix, mais impostos?

O aumento do IVA de seis para 23% dos ingressos para espectáculos decorrente das severas medidas de austeridade conhecidas na semana transata no âmbito da brutal proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2011, com repercussões e similitudes nos anos seguintes, terá várias consequências:

1 - retração das carreiras ao vivo de inúmeros grupos e músicos, que verão os seus cachets significativamente reduzidos, assim como o seu público. Não usufruindo as populações da satisfação das suas necessidades básicas os gastos supérfulos serão obviamente os primeiros a sacrificar. Sim, porque, não duvidemos, muito em breve veremos grassar miséria neste país e muita gente terá que fazer opções;

2 - muitas bandas ver-se-ão obrigadas a encerrar a carreira, a forçá-la a um hiato ou a mantê-la de forma pontual e residual, já que os seus músicos se verão obrigados a encontrar segundos ou terceiros empregos (se os conseguirem) que lhes garantam a sobrevivência;

3 - várias promotoras, agências de management e booking e salas de espectáculos incorrem no risco de fechar ou passar a ter um volume de negócios residual, lembrando que muitas delas, de pequenas e médias dimesões, poderão laborar meramente para se limitarem a manter a actividade, não gerando lucros sequer. Resultado: aumento do desemprego;

4 - as promotoras que pretenderem sobreviver terão que se adaptar a um contexto económico-social extremamente adverso e reduzir o preço dos ingressos ou de alguma forma suportar o aumento do IVA, como muitas empresas do sector da restauração e da hotelaria prevêm fazer. Obviamente que os valores dos serviços e produtos prestados por ambos são distintos, mas a opção será entre gerar menos lucro ou não o fazer de todo;

5 - por todas estas razões, assistiremos a um decréscimo brutal dos já escassos apoios privados às entidades do sector, especialmente às mais frágeis e menos visíveis, com menor poder económico, que nalguns casos serão pura e simplesmente obliteradas.

Dico

Amanhã, dia 20, os agentes e profissionais em geral ligados às empresas do espectáculo reúnem-se no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para discutir este inusitado aumento nos ingressos proposto no OE.

Ler mais »

Imprensa de referência e metal: mutuamente inclusivos

Só para os mais distraídos constituirá novidade o facto de nos anos mais recentes a comunicação social portuguesa generalista e de referência ter vindo progressivamente a abrir-se à divulgação das sonoridades pesadas, destacando-se neste âmbito a Impresa, grupo de Francisco Pinto Balsemão que detém órgãos como a SIC e vários canais especializados, além do semanário “Expresso” e da revista “Blitz”, entre outros.

No caso paradigmático da Impresa refiro desde já a frequente passagem de breves sobre Metal no rodapé dos serviços noticiosos da SIC Notícias. De facto, todas as semanas se lêem curtas como “Dream Theater já têm novo baterista”, “Dream Theater a 17 de julho no Coliseu do Porto”, “Machine Head nos coliseus a 17 e 18 de novembro” ou “Samael vão regressar a Portugal em outubro”, além de inúmeras outras sobre grupos internacionais do género, algo inimaginável num passado recente.

Todavia, é aos nacionais Moonspell que cabe o monopólio da exposição mediática. Exemplos não faltam: o vocalista, Fernando Ribeiro, marcou presença no “Cartaz” da SIC Notícias mais do que uma vez a propósito da Tour Sombra (vídeo 1, vídeo 2) e uma vez na secção “Revista de Imprensa” no “Jornal das 10” do mesmo canal, tendo o grupo sido objeto de várias reportagens nos últimos anos emitidas na SIC generalista (a última das quais pode ser visionada aqui.

Por outro lado, dirigindo-se a SIC Radical ao público jovem e apostando fortemente em conteúdos musicais (a transmissão em direto de festivais portugueses com grupos de Metal no cartaz veio enriquecer sobremaneira a oferta de conteúdos, simultaneamente expondo a música pesada a uma audiência mais vasta), há muito se perdeu a conta às participações televisivas de Ribeiro e / ou dos Moonspell no formato de entrevista, debate, comentário, videoclip ou atuação em programas como ”Hypertensão”, “Curto Circuito”, “A Última Ceia” ou “Cabaret da Coxa” (no qual também os Alkateya chegaram a atuar). Na RTP a “carreira” do grupo inclui participações nos icónicos programas “Contra Informação”, “Gato Fedorento” e “Cinco para a Meia-noite”. Também na TVI a banda foi objeto de reportagem.

Aliás, a profunda envolvência de Fernando Ribeiro na cultura lusa através dos Moonspell, dos Hoje ou da sua carreira paralela de escritor e cronista, não olvidando outros projetos musicais e literários em que figura, asseguraram-lhe inusitados graus de exposição num meio cultural vasto, elitista, de penetração difícil, historicamente vedado aos músicos nacionais de Metal. O vocalista / escritor conquistou e capitalizou assim maior espaço mediático nos órgãos de comunicação social de referência (por exemplo enquanto comentador frequentemente solicitado para formular opinião), destacando-se aqueles especializados em cultura (a revista “Atual”, do “Expresso”, constitui um dos melhores exemplos).

Goste-se ou não, esta magistralmente gerida omnipresença de Ribeiro nos media enquanto homem de cultura granjeou ao Metal uma melhor reputação na sociedade portuguesa, agora mais consensual na aceitação do género, da sua cultura, dos seus fãs e da sua iconografia. O resultado é visível, embora ainda haja um imenso caminho a percorrer.

Mas se devemos agradecer a Fernando Ribeiro e aos Moonspell o contributo dado na conquista social de uma aura de respeitabilidade que as massas sempre negaram ao Som Eterno, por outro lado o Metal português não se resume aos Moonspell. Há muitíssimo mais, diferente e nalguns casos melhor para descobrir no som de peso luso. O influente Nuno Rogeiro provou-o quando recentemente sugeriu no programa “Sociedade das Nações”, na SIC Notícias, o álbum Origami, dos ThanatoSchizO. É desejável que outros lhe sigam o exemplo.

Ainda no universo Impresa, o “Expresso” surpreendeu com uma página inteira sobre o Vagos Open Air na revista “Única” de 18 de junho no âmbito de um guia dos festivais de verão em Portugal. Num texto sobre o mesmo tema, a revista “Sábado”, da Cofina Media, referia-se dias mais tarde ao Vagos como um evento “de arrasar”. Mas seria profundamente injusto não referir aqui o “Diário Digital”, órgão generalista pioneiro na publicação regular de notícias, entrevistas, reportagens de espetáculos e criticas a álbuns de bandas heavy, mesmo provenientes do Underground. Logo na sua fundação, em 1999 (se não estou em erro), este jornal online revelou uma surpreendente abertura a estes conteúdos, quando mais nenhum órgão nacional de caráter generalista o fazia.

Ignorância e sensacionalismo
Este cenário geral contrasta em absoluto com as raras notícias e reportagens de espetáculos publicadas na imprensa generalista portuguesa nos anos 80 e 90 sobre grupos de Metal. Se hoje a ignorância de muitos jornalistas não especializados ainda é desconfortavelmente palpável no que à música pesada se refere, na época grassava a pura estupidez e o preconceito gratuito, sendo as prosas ricas em adjetivos como “barulhento”, “ruidoso” ou “assustador”. Os textos refletiam o espanto (no mau sentido), a reprovação e até o receio dos seus autores face a um universo que não compreendiam nem ambicionavam fazê-lo, votando-o simplesmente à marginalização.

O contraste agravou-se através das reportagens sensacionalistas transmitidas na SIC e na TVI entre o final dos anos 90 e o início da década passada na ressaca do parricídio de Ílhavo, em agosto de 1999. O horroroso acontecimento serviu de combustível para alimentar a incontrolável fogueira da reportagem-choque, infame, pouco fundamentada e visando meramente vencer a impiedosa guerra das audiências. Jornalistas, pseudo-intelectuais e autointitulados especialistas totalmente ignorantes acerca da cultura metálica tomaram a parte pelo todo, deixando a sua triste marca em peças como “Sons do Extremo”, “666, Diabo à Solta” ou “Black Metal”. Por consequência, os anos subsequentes foram de caça às bruxas, com término assinalado em outubro de 2005 através de uma reportagem sobre o Metal português transmitida no programa “Pop Up”, da RTP 2, em que tive o privilégio de participar. Nessa altura já Fernando Ribeiro se havia instituído a pulso como figura de referência na cultura portuguesa.

Dico

PS 1O recurso aos classificados em órgãos de grande expressão começa finalmente, embora de forma tímida, a verificar-se no universo metálico. Foi com agrado e surpresa que vi há cerca de três meses a “Infektion Magazine” publicar três anúncios no blogue de emprego “Carga de Trabalhos”, requerendo colaboradores para o lançamento da revista. Em simultâneo, os Mind Deem prosseguiam a sua busca por um vocalista através da publicação de dois anúncios no “Público”. Os agentes do nosso Underground parecem ter começado a perceber que as buscas exclusivamente efetuadas “dentro de casa” se revelam extremamente limitadas. Há todo um mundo de oportunidades lá fora, as pessoas é que não o procuram.

PS 2Para terminar, uma curiosidade: sabiam que Henrique Raposo, um dos mais conceituados cronistas do “Expresso”, é um acérrimo fã de Metal?

Texto escrito segundo o Novo Acordo Ortográfico

Ler mais »
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...