photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Review - Napalm Death - "Utilitarian"

NAPALM DEATH
“Utilitarian”
[CD – Century Media]

É preciso pormo-nos em sentido quando falamos dos Napalm Death. Poder-se-á até respeitar que se diga que estão demasiado presos ao seu universo há largos anos, mas… é mesma esta convicção, esta fidelidade ao seu som e princípios ideológicos que fazem deles um nome, acima de tudo, respeitado.

E aqui seguem eles. Para o décimo quarto longa-duração de uma carreira iniciada há três décadas e que, simplesmente, como todos sabem, firmou as bases para o que é considerado o grindcore. Contudo, o grupo proveniente de Birmingham (qual “Belém” do metal), não se limita a ser “preconceituoso” no seu conservadorismo. A sua discografia é extensa, é certo, e quando se é o líder de um movimento pode-se criar um verdadeiro dilema, neste caso artístico. Os Napalm Death não operaram grandes mudanças neste “Utilitarian”, mas em pequenas doses, de relance, a banda dá azo ao que pode ser considerado algum experimentalismo (mesmo que já se tenha sentido este ténue posicionamento em “Smear Campaign”) e dá-nos vozes limpas à Fear Factory e coros à Devin Townsend em temas como “The Wolf I Feed”, “Fall On Their Swords”, “Leper Colony” e “Blank Look About Your Face”.

Sem esquecer, ainda no plano das “inovações”, o desenfreado, desgovernado e perturbador saxofone (cortesia de John Zorn) em “Everyday Pox” – um dos temas mais simbióticos e excêntricos que provavelmente os Napalm Death já gravaram (ainda que, curiosamente, tenham usado o mesmo instrumento num dos temas do seminal “Scum”).

Tudo o resto poderão já ter encontrado nos restantes discos dos Napalm Death. E isso é mau? Obviamente que não, até porque a força que transmitem tem aquele “quê” de mágico que nos faz sempre sentir contagiados, e ainda mais se for ao vivo. Isto é devastação, simplicidade complexa e coragem na forma como tentam servir-se de uma mensagem estimulante e muito realista para tentar relembrar às pessoas os “pequenos problemas”, que até já conhecemos tão bem, (sobre o ambiente, a política, os direitos dos animais), mas que ninguém parece capaz de reverter ou tomar uma posição activa.

Saudámos então com uma expansível vénia o regresso dos grandes Napalm Death, que não sabem como falhar na sua missão de destilar raiva e revolta, mas sempre como enorme pragmatismo e positivismo. Este é, sem dúvida, mais um daqueles conjuntos de temas que vai fazer chocalhar os neurónios de quem os tem em escassez e solidificar a mente dos “iluminados”. [8.4/10] N.C.

Data de lançamento: 27 de Fevereiro de 2012
Nota de estúdio: Produzido por Russ Russel (Parlour Studios, Inglaterra)
Estilo: Grindcore/death metal
Origem: Birmingham (Inglaterra)
Formação: 1981

Alinhamento:
1. “Circumspect” (2:17)
2. “Errors In The Signals” (3:02)
3. “Everyday Pox” (2:12)
4. “Protection Racket” (4:00)
5. “The Wolf I Feed” (2:57)
6. “Quarantined” (2:47)
7. “Fall On Their Swords” (3:57)
8. “Collision Course” (3:14)
9. “Orders Of Magnitude” (3:21)
10. “Think Tank Trials” (2:27)
11. “Blank Look About Face” (3:12)
12. “Leper Colony” (3:23)
13. “Nom De Guerre” (1:07)
14. “Analysis Paralysis” (3.23)
15. “Opposites Repellent” (1:22)
16. “A Gag Reflex” (3:30)
Duração: 47:71 minutos

Elementos:
- Mark “Barney” Greenway (voz)
- Mitch Harris (guitarra)
- Shane Embury (baixo)
- Danny Herrera (bateria)

Discografia:
- “Scum” (CD – 1987)
- “From Enslavement To Obliteration” (CD – 1987)
- “Harmony Corruption” (CD – 1990)
- “Utopia Banished” (CD – 1992)
- “Fear Emptiness Despair” (CD – 1994)
- “Diatribes” (CD – 1996)
- “Inside The Torn Apart” (CD – 1997)
- “Words From The Exit Wound” (CD – 1998)
- “Leaders Not Followers “ (MCD – 1999)
- “Enemy Of The Music Business” (CD – 2001)
- “Order Of The Leech” (CD – 2002)
- “Leaders Not Followers: Part 2” (CD – 2004)
- “The Code Is Red… Long Live The Code” (CD – 2005)
- “Smear Campaign” (CD – 2006)
- “Time Waits For No Slave” (CD – 2009)
- “Utilitarian” (CD – 2012)


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...