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«Não sei se terei financiamento para repetir o festival»: Rui Sousa [Live Summer Fest]

Amanhã arranca o Live Summer Fest 2011 no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada. Ao quarto ano de existência o festival idealizado por Rui Sousa promete atrair uma multidão de adeptos do heavy metal com a garantia de qualidade que lhe vem sendo reconhecida. Em grande destaque estão os canadianos Threat Signal, mas os pontos de interesse alastram-se às actuações dos veteranos Tarantula, do Porto, dos Anomally e Nomdella, da ilha Terceira, e dos locais Neurolag, Crossfaith, Nableena e Death Paradox. Por 5 euros apenas será possível assistir a dois dias de concertos, naquele que será, certamente, um momento inolvidável para a música de peso nos Açores.

Em conversa que estabelecemos esta tarde com Rui Sousa, o promotor e músico salientou a “grande ginástica financeira” que foi necessária para erguer mais uma edição do festival, enquanto admite que o futuro é incerto.

“O Live Summer Fest tem sido moldado aos orçamentos. Cada vez tem havido mais cortes (este ano foram na ordem dos 75%) e de há três anos para cá que a tendência tem sido esta. Eu próprio não sei se terei financiamento suficiente para repetir o festival”. Apesar de tudo, “não dependemos da receita de bilheteira para pagar as despesas do festival”.

Para Rui Sousa, “este festival veio preencher uma lacuna em termos de oferta musical, embora este ano esteja exclusivamente direccionado para o heavy metal. Foi nesta vertente que tivemos maior adesão na última edição. Para além disso, o festival marca a diferença em termos de detalhes técnicos. Dispomos, por exemplo, de três backlines, um deles para fazer face a algum imprevisto.”

Realçado ficou também o grande estudo prévio para contornar várias situações, como, por exemplo, o regime de voos entre o Canadá e os Açores, e a preocupação em garantir condições a todos os artistas, inclusivamente aos açorianos. “As bandas vêm praticamente com toda a logística suportada pela organização, se bem que com o financiamento que temos não nos é possível pagar-lhes. Contudo, não nos coibimos de suportar toda a logística para actuarem.”

Para além de se estrear no formato indoor e de desta vez dispor apenas de bandas de heavy metal, a grande novidade desta edição é, sem dúvida, a captação do evento pela RTP-Açores. Segundo Rui Sousa, “o plano passa por transmitir semanalmente meia hora de programa” em data ainda a designar. De fora não está a hipótese da edição do festival em DVD, uma vez que “tudo dependerá de questões económicas.” “Se houver apoios para tal, penso que é possível”, projecta Rui Sousa.

Enquanto isso, o evento continua a destacar-se pela sua vertente solidária. Mantendo a colaboração com a FEDRA e a Cáritas, desta vez a organização enalteceu também a Casa do Gaiato. “Este ano fizemos algo diferente que foi oferecer bilhetes à Casa do Gaiato, uma vez que muitas daquelas pessoas nunca foram a um festival, e quisemos dar-lhes esta oportunidade.”

Por fim, Rui Sousa diz que um balanço positivo passa por “ter casa cheia, as bandas darem o seu melhor e o público, sobretudo, gostar do que vir.”
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