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Entrevista Samuel Douek (Heavy Metal Film Festival)

CÂMARA, LUZES... METAL!
"Acredito com isso dar oportunidade a realizadores e bandas de se promoverem"

Entre 31 de Março e 3 de Abril, faz-se história no mundo do metal. O primeiro festival de cinema ligado a este género musical, tem lugar no Downtown Independent Cinema, em Los Angeles. Heavy Metal Film Festival é uma criação de Samuel Douek, produtor de outros importantes festivais temáticos, que encontra aqui uma forma eficiente e inovadora de potencializar a expansão que este mercado tem tido nos últimos anos. Mas o conceito não é redundante. À espera, para além dos documentários, concertos ao vivo, making of’s e filmes biográficos, estão também dramas, comédias e festas de convívio, num conceito que abre portas tanto à produção profissional como amadora. Uma pedrada no charco numa, por vezes, aparente letárgica indústria.

Em que momento apercebe-se de que um festival de cinema baseado no metal seria uma boa ideia? Quais foram as suas motivações?
Penso que em Setembro ou Outubro do ano passado. Senti-me motivado por ver tanto material em vídeo a ser editado. Desde filmes como “Anvil” e “Metal: A Headbanger’s Journey”, até videoclips, passando por material bónus em CD’s, concertos, etc…

De certeza que a sua experiência como director de outros festivais de cinema – dos quais se destaca o Hola Mexico Film – contribuiu para a criação deste evento…
Sim, esta é a minha área profissional. Por isso, pensei que trazer um festival de cinema à comunidade metaleira seria algo engraçado. E realmente está-se a provar isso. As pessoas gostam de ir ao cinema para ver-se, aprender mais sobre outras culturas, etc.

Poderá este ser o próximo passo para promover o metal?
Não estou certo disso, mas espero que ajude! Acredito que este festival possa crescer bastante nos anos que aí vêm e com isso dar a oportunidade a realizadores e bandas de se promoverem.

No princípio era quem contactava os realizadores e as editoras. Mas algum tempo depois da palavra começar a circular, acredito que tenha passado a ser muito solicitado…
Sim, com certeza. Graças à Nuclear Blast norte-americana e à Decibel Magazine, a palavra começou a espalhar-se e começámos a receber contactos para inscrição. A partir daí, recebemos inscrições de várias partes do mundo. Gosto de pensar que temos ainda muito para fazer e que podemos ter um festival muito maior nos próximos anos.

Em termos de orçamento, foi fácil erguer esta primeira edição? Abordou patrocinadores, houve pessoas a acreditar no projecto e a ajudá-lo ou isto é algo verdadeiramente independente e underground?
É engraçado, este festival é tão independente quanto possam imaginar. Aqui não há dinheiro, apenas metal. Acreditamos que os metaleiros vão comparecer e gerar receita suficiente para pagarmos as despesas. Mas ninguém está à espera de ganhar dinheiro com este festival.

Quantas pessoas estão envolvidas neste projecto?
Eu comecei com ele, mas depois a Nuclear Blast deu uma grande ajuda. Depois entrou em cena o Tom Neely que fez o artwork, o Dave Lynch que construiu o website e muitas outras pessoas acabaram por fazer um pouco.

Quando falamos de um festival de cinema sobre metal, muitos poderão pensar que se trata apenas de uma amostra de documentários…
Isto é o que me choca! Eu também pensei que haveria uma grande quantidade de documentários, mas temos também dramas e comédias. Um filme pode ter vários aspectos. No final, o que conta são as estórias e estas podem ser encontradas em vários pontos. Na nossa noite de abertura teremos “Marimbas Del Infierno”, um filme premiado no Toronto Film Festival e em outros grandes eventos de cinema. Mas a sua alma está no metal - os metaleiros vão adorá-lo. E este é o melhor exemplo da variedade que este festival oferece.

Está ainda planeada uma after-party no dia da sua estreia. Quer desvendar-nos mais um pouco sobre o seu formato?
Continuamos a trabalhar nela, mas posso já garantir que terá muita cerveja.

A continuação deste projecto está muito dependente de um grande sucesso inicial?
Com certeza. Esperamos ter boa adesão para podermos investir em publicidade e na produção. Adoraríamos trazer algumas bandas para promover os seus filmes e, porque não, fazer uns concertos especiais…

Para além do cinema, está envolvido em outros assuntos ligados ao metal? Tem alguma banda, por exemplo?
Toco guitarra há 16 anos e adoro levar o pedal de distorção até aos limites! Mas não faço parte de nenhuma banda nem tenho habilidade para compor. Portanto, continuarei a tocar covers de Opeth e Dream Theater.

Por fim, qual é o perfil das pessoas que podem e devem participar neste evento?
Metaleiros, com cabelo comprido, t-shirts negras, algumas tatuagens e mulheres bonitas. Porém, não me admirava de ver por lá cinéfilos ou fanáticos da “Guerras das Estrelas”…

Nuno Costa

http://www.heavymetalff.com/

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