Review
MORBID DEATH
“Metamorphic Reaction”
[EP – Edição de autor]
Chamem-lhes dinossauros, reis ou símbolos do Metal açoriano, mas a verdade é que se a sua música não fosse válida ou se não acreditassem tanto no que fazem, provavelmente não teriam atingido os 20 anos de carreira com o vigor que lhes é reconhecido. Já nem é necessário falar nas dificuldades inerentes à insularidade. Este grupo faz parte da vida dos seus elementos, como os próprios já admitiram, e da própria comunidade local, acrescente-se. E se momentos há, normais, de fraquejo, dificilmente serão suficientes para deitar a perder o seu legado. E ainda bem, até porque os Morbid Death mostram-se “frescos como alfaces”.
Com o lançamento de “Unlocked” (2004) foi quase unânime que algum ânimo se havia esbatido em termos criativos… e que melhor resposta do que este “Metamorphic Reaction”? Aceita-se que sempre mantiveram uma certa costela thrash, mas nada ao ponto do que aqui se ouve. E se o gothic metal era a grande imagem de marca do colectivo (embora nunca no sentido mais clássico), aqui dissipou-se na totalidade e deu lugar a uma sonoridade mais cirúrgica, moderna e ousada. É quase inevitável não falar de influências de Lamb Of God, sobretudo em “Damaged”, mas, ou não fosse este um grupo de músicos muito astuto e experiente, a aproximação é feita com a mestria de quem sabe construir verdadeiras malhas. Aliás, os dois petardos iniciais deste EP são facilmente dos temas mais viciantes que alguma vez os Morbid Death criaram.
Contudo, este conjunto de sete temas não se resume a violentas descargas de thrash moderno nem a homenagens “descaradas”. A partir do introspectivo interlúdio “Metamorfose”, a meter alguma “água na fervura”, pode-se dizer que a banda prova que não abandonou por completo o seu passado melódico. De qualquer forma, está tudo muito mais up to date e se repararmos para a interligação harmónica que existe com a seguinte “Madness”, até podemos falar numa certa inspiração progressiva. Aliás, alguém se lembra de “Misunderstood” dos Dream Theater?
Vários elogios poderão ser feitos aos Morbid Death. Que têm actualmente dos melhores colectivos a nível regional e arredores, embalados pela entrada do baterista Gualter Couto? Que têm duas das maiores máquinas de sacar riffs da zona? Tudo isso é fiel e a garra que agora se apoderou da banda parece garantir-lhes mais uns quantos anos de actividade com o “termómetro" bem lá em cima. Até Ricardo Santos parece ter sido submetido a uma violenta terapia que o faz agora berrar com uma hostilidade nunca antes vista nele. Se ainda for a tempo, “Metarmophic Reaction” pode muito bem constar das listas anuais de melhores edições do género a nível interno. [8.6] N.C.
Estilo: Thrash Moderno
Discografia:
- “Nomad” [Demo Tape 1993]
- “Shameless Faith” (Demo Tape 1995]
- “Echoes Of Solitude” [CD 1997]
- “Secrets” [CD 2002]
- “Unlocked” [CD 2004]
- “Metamorphic Reaction” [EP 2010]
www.myspace.com/morbiddeathband
“Metamorphic Reaction”
[EP – Edição de autor]
Chamem-lhes dinossauros, reis ou símbolos do Metal açoriano, mas a verdade é que se a sua música não fosse válida ou se não acreditassem tanto no que fazem, provavelmente não teriam atingido os 20 anos de carreira com o vigor que lhes é reconhecido. Já nem é necessário falar nas dificuldades inerentes à insularidade. Este grupo faz parte da vida dos seus elementos, como os próprios já admitiram, e da própria comunidade local, acrescente-se. E se momentos há, normais, de fraquejo, dificilmente serão suficientes para deitar a perder o seu legado. E ainda bem, até porque os Morbid Death mostram-se “frescos como alfaces”.Com o lançamento de “Unlocked” (2004) foi quase unânime que algum ânimo se havia esbatido em termos criativos… e que melhor resposta do que este “Metamorphic Reaction”? Aceita-se que sempre mantiveram uma certa costela thrash, mas nada ao ponto do que aqui se ouve. E se o gothic metal era a grande imagem de marca do colectivo (embora nunca no sentido mais clássico), aqui dissipou-se na totalidade e deu lugar a uma sonoridade mais cirúrgica, moderna e ousada. É quase inevitável não falar de influências de Lamb Of God, sobretudo em “Damaged”, mas, ou não fosse este um grupo de músicos muito astuto e experiente, a aproximação é feita com a mestria de quem sabe construir verdadeiras malhas. Aliás, os dois petardos iniciais deste EP são facilmente dos temas mais viciantes que alguma vez os Morbid Death criaram.
Contudo, este conjunto de sete temas não se resume a violentas descargas de thrash moderno nem a homenagens “descaradas”. A partir do introspectivo interlúdio “Metamorfose”, a meter alguma “água na fervura”, pode-se dizer que a banda prova que não abandonou por completo o seu passado melódico. De qualquer forma, está tudo muito mais up to date e se repararmos para a interligação harmónica que existe com a seguinte “Madness”, até podemos falar numa certa inspiração progressiva. Aliás, alguém se lembra de “Misunderstood” dos Dream Theater?
Vários elogios poderão ser feitos aos Morbid Death. Que têm actualmente dos melhores colectivos a nível regional e arredores, embalados pela entrada do baterista Gualter Couto? Que têm duas das maiores máquinas de sacar riffs da zona? Tudo isso é fiel e a garra que agora se apoderou da banda parece garantir-lhes mais uns quantos anos de actividade com o “termómetro" bem lá em cima. Até Ricardo Santos parece ter sido submetido a uma violenta terapia que o faz agora berrar com uma hostilidade nunca antes vista nele. Se ainda for a tempo, “Metarmophic Reaction” pode muito bem constar das listas anuais de melhores edições do género a nível interno. [8.6] N.C.
Estilo: Thrash Moderno
Discografia:
- “Nomad” [Demo Tape 1993]
- “Shameless Faith” (Demo Tape 1995]
- “Echoes Of Solitude” [CD 1997]
- “Secrets” [CD 2002]
- “Unlocked” [CD 2004]
- “Metamorphic Reaction” [EP 2010]
www.myspace.com/morbiddeathband
