photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Ao vivo - I Expomoto S.Miguel

IN SOLITUDE/HIFFEN
20.05.05 - I Expomoto S. Miguel, Ponta Delgada

Este era um evento para os amantes das máquinas e do desporto motorizado, mas como é tradição nestes casos, a I Expomoto S. Miguel também fez questão de se fazer acompanhar de uma agenda de concertos que lhes proporcionou dinamizar as noites de 18 a 21 de Maio no Hangar da Marina, em Ponta Delgada. Falámos de música, claro, e de uma noite em que o heavy metal teve um espaço em especial. Sexta-feira, dia 20, trouxe aos palcos açorianos, pela primeira vez, os portuenses In Solitude aos quais se juntaram os micaelenses Híffen, como banda de suporte. Numa noite cheia de focos de interesse, sobre os Híffen recaía a curiosidade de constatar como é que a banda se comportaria após a experiência de estúdio para a gravação do seu álbum de estreia [o qual só espera agora a etiqueta para ser lançado] e, como é óbvio, do potencial dos temas que incluirão o CD. Para nós, que não os víamos em palco acerca de dois anos, foi primeiramente notória a sobriedade do colectivo em relação a esta longínqua data, onde o colectivo se mostrou ainda bastante frágil em vários aspectos e onde, por outro lado, o guitarrista Renato se mostrou demasiado “esquizofrénico”, para bem da própria banda. Hoje, percebendo que não é preciso “comer-se” uma guitarra para provar que se sabe tocar, Renato em conjunto com o resto do grupo mostram bastante mais valor nas suas composições, desfalecendo um pouco a nível de energia em palco. Não fiquem confusos meus amigos, é que o ideal nem é oito nem oitenta. È sim o meio-termo, para uma banda que já tem um disco na calha e precisa de mostrar outra garra ao vivo. E nisto a banda precisa melhorar, e bastante. Para além disso, as vozes [agora duas, sendo uma delas de suporte] mostram-se algo inadaptadas ao género. Não obstante as vozes estarem muito mais afinadas que antes, o contexto das vocalizações anda bem longe do que é o som dos Híffen, aproximando-se muito mais de algo pop do que propriamente do hard’n’heavy melódico que supostamente debitam. Todavia temos aqui uma banda com muito talento e que promete bastante com o seu álbum de estreia.

Com um terceiro álbum já lançado e uma vasta experiência de palco, os In Solitude vieram apresentar-se pela primeira vez ao povo açoriano com o seu mais recente álbum “Nethergod”, de 2004. Somente uns dos álbuns do ano eleito pela imprensa especializada, os In Solitude transportaram toda a força do seu power metal melódico e do seu novo álbum para o palco. Abrindo com o tema-título, arrancaram para uma actuação sem mácula, onde o virtuosismo de Paulo Camisas [guitarrista], a versatilidade de Sérgio Martins [vocalista] e a garra de Lisa Amaral [teclista] marcaram a imagem da banda em palco. De resto, a banda é um todo extremamente sólido e todos os elementos demonstraram um à-vontade em palco capaz de impressionar [toda a gente a curtir foi bom de ver]. Temas como “Realm Of A Thousand Spears” ou “Angel Of The God” foram alguns dos pontos fortes que deram cara a “Nethergod”, onde houve ainda tempo para revisitar velhinhos clássicos como “Eternal”. E foi basicamente disso que se pautou o concerto dos In Solitude – muita classe, muito talento, muita força, muito profissionalismo. Não fosse uma plateia praticamente inexistente e teríamos um concerto absolutamente memorável… Deixei esta nota para o fim: onde estão os metaleiros desta ilha? Era quase doloroso constatar que o número da assistência não ascendia às 30 pessoas, num cenário quase desolador para o que merecia uma oportunidade destas. Mas o ambiente, esse foi bom, as bandas proporcionaram-no. Queixamo-nos da ausência de iniciativas… aqui esteve uma, e de superior qualidade. Falta de divulgação? Insuficiente para justificar. Quem é interessado esteve lá. Sinceramente, só nos conseguimos lamentar...

Nuno Costa
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...